O município de Formiga enfrentou, ao longo de 2024, o cenário mais crítico de dengue de sua história recente, marcado por elevados índices de infestação do mosquito Aedes aegypti e alto risco epidemiológico, configurando uma das maiores epidemias já registradas no território municipal.
Ao longo desse período, além do enfrentamento direto da epidemia, os levantamentos oficiais do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) realizados em outubro e dezembro de 2024 confirmaram a continuidade de um cenário propicio a aumento de casos.

Em outubro de 2024, o município apresentou Índice de Infestação Predial (IIP) de 4,3 e Índice de Breteau (IB) de 5,0, classificando Formiga em alto risco para epidemia de dengue. Já em dezembro de 2024, mesmo com a manutenção das ações de controle, o monitoramento entomológico consolidado apontou IIP de 4,73% e IB de 5,34, evidenciando a persistência da circulação do vetor, justamente às vésperas do período chuvoso, historicamente mais favorável à proliferação do mosquito.
Dessa forma, o município iniciou o ano de 2025 sob forte risco epidemiológico, com alta probabilidade de enfrentamento de uma nova epidemia de dengue, o que exigiu mudança de estratégia, intensificação das ações e adoção de medidas estruturadas e baseadas em evidências para mitigação dos danos à saúde pública.
Diante desse cenário crítico, a gestão atual adotou, já a partir de janeiro de 2025, uma postura estratégica baseada na análise sistemática da série histórica da dengue, no uso contínuo de dados epidemiológicos e na tomada de decisão qualificada. Foram fortalecidos os mecanismos de monitoramento por meio da Sala de Situação, com acompanhamento regular dos indicadores entomológicos, definição de áreas prioritárias, integração entre Vigilância Ambiental, Atenção à Saúde e gestão, além da intensificação das ações de campo e educativas.
Os resultados desse esforço tornaram-se evidentes em 2025. No LIRAa de outubro de 2025, o município apresentou redução expressiva dos índices, com IIP de 2,4 e IB de 2,7, reclassificando Formiga para médio risco epidemiológico — uma queda significativa quando comparada ao mesmo período de 2024. Esse resultado indicou o início de um controle vetorial mais efetivo, com ações mais direcionadas e maior impacto territorial.
O dado mais relevante ocorre no LIRAa de dezembro de 2025, realizado já no início do período chuvoso, historicamente mais favorável à proliferação do mosquito. Mesmo nesse contexto, Formiga apresentou nova redução dos indicadores, alcançando IIP de 1,5 e IB de 1,8, valores próximos da classificação de baixo risco. Importante destacar que essa melhora não decorre da redução das inspeções, uma vez que a cobertura amostral foi mantida, com cerca de 1.700 imóveis inspecionados nos levantamentos de 2025, conferindo robustez e confiabilidade aos resultados.
Do ponto de vista epidemiológico, a comparação entre outubro e dezembro de 2024 e outubro e dezembro de 2025 demonstra uma tendência clara de controle progressivo da dengue no município, com queda consistente dos índices entomológicos ao longo do tempo, inclusive em períodos de maior risco sazonal. Trata-se de um avanço estrutural, resultado de trabalho técnico contínuo, planejamento, integração entre setores e fortalecimento da vigilância em saúde.
Por fim, é fundamental reforçar que a maior parte dos focos do mosquito continua sendo encontrada dentro das residências, o que evidencia a importância da corresponsabilização da população. Medidas simples — como eliminar recipientes que acumulam água, manter caixas d’água bem vedadas, limpar calhas e pratinhos de plantas — são decisivas para manter o controle alcançado e evitar novos surtos.
“O combate à dengue é um compromisso coletivo. O município segue vigilante, trabalhando de forma permanente para preservar os avanços conquistados e reduzir cada vez mais o risco de transmissão”, afirma administração municipal.
Fonte: Decom
















































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