O crédito consignado para quem tem carteira assinada atingiu R$ 46 milhões de empréstimos na última semana, com a taxa média de juros de 2,62% ao mês. Ao todo, 5 milhões de trabalhadores já foram beneficiados, com 7,8 milhões de contratos ativos. É o menor nível de juros desde que a modalidade, chamada Crédito do Trabalhador, começou a vigorar, em março deste ano.
Na segunda-feira passada (1º), a taxa média cobrada pelas instituições financeiras era de 3,48%, e na quinta-feira (4) atingiu 2,62%. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a redução reflete a migração de contratos antigos de consignados para o Crédito do Trabalhador.

Desde 21 de agosto, começou a transferência de 4 milhões de contratos antigos para a plataforma do Crédito do Trabalhador. Até agora, já foram incorporados mais de R$ 15 bilhões, elevando o volume total do programa para R$ 46,5 bilhões em empréstimos. A migração total desses contratos deve ser concluída até outubro.
Segundo a Dataprev, empresa de dados do governo federal, a portabilidade e o refinanciamento dos contratos passarão a ser feitos diretamente pela Carteira de Trabalho Digital em outubro.
Com isso, os 4 milhões de contratos já migrados poderão ser transferidos para outros bancos que ofereçam condições mais vantajosas de juros, o que deve estimular uma nova redução nas taxas, afirma o ministério.
Como funciona
- No aplicativo Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador autoriza o compartilhamento de seus dados (como CPF, tempo de empresa e margem disponível);
- Em até 24 horas, instituições financeiras enviam ofertas de crédito;
- O trabalhador escolhe a melhor proposta, com juros menores;
- As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento;
- Até 35% da renda mensal podem ser comprometidos com o empréstimo.
No momento da solicitação, o trabalhador pode optar por autorizar o uso de 10% do FGTS como garantia, 100% da multa rescisória ou outras garantias.
Caso o trabalhador desista do empréstimo, ele tem 7 dias corridos, a partir do recebimento do crédito, para devolver o valor total recebido das instituições financeiras.
Como pedir a portabilidade
- Verificar se o banco de destino oferece o novo consignado para CLT;
- Pedir a portabilidade nos canais digitais da instituição (site ou aplicativo);
- Desde 21 de agosto, portabilidade também pode ser pedida no aplicativo Carteira de Trabalho, com migração gradual até novembro;
- A nova instituição quita a dívida anterior e assume o crédito automaticamente, com os juros e os prazos da nova linha.
Os cuidados antes de fazer um consignado
Segundo o Procon-SP, antes de fazer a contratação, é preciso que o consumidor tenha cautela.
- Compreenda a regra dessa modalidade;
- Conheça seus direitos;
- Avalie a real necessidade do empréstimo;
- Avalie se esse desconto não vai comprometer o orçamento mensal e gerar um endividamento;
- Avalie a possibilidade de ser demitido e ter parte do FGTS retido ou a totalidade da multa rescisória.
Comparar as taxas de juros
- A contratação não pode ser efetuada por telefone, mas pelos canais do banco após a proposta recebida no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital);
- A taxa máxima de juros já inclui todos os custos da operação, portanto, tarifa de abertura de crédito (TAC) ou qualquer outra não é permitida;
- É proibido estipular prazo de carência para o início do pagamento das parcelas, ou seja, ao receber o empréstimo, o beneficiário não pode começar a pagá-lo meses depois;
- Bancos e financeiras devem informar antes da assinatura do contrato, no mínimo, sobre o valor total contratado com e sem juros; taxa mensal e anual de juros; valor, número e periodicidade das prestações; data do início e fim do desconto; custo efetivo total;
- Se todas as informações estão no contrato que deve ser assinado pelas partes.
Fonte: Procon-SP
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