A madrugada deste sábado (12) foi marcada por uma operação de fiscalização realizada por agentes da Vigilância Sanitária de Formiga na tradicional Feira Livre que acontece na região do Terminal Rodoviário do município. A ação foi acompanhada por homens da Polícia Militar e resultou na apreensão de dezenas de produtos alimentícios, especialmente de origem animal, que estavam sendo comercializados sem a rotulagem exigida pelo Selo de Inspeção Municipal (SIM).

De acordo com os feirantes, a Vigilância Sanitária informou que os itens recolhidos estavam em desacordo com a legislação vigente, que exige a regularização e identificação dos produtos alimentícios por meio do selo de inspeção.
A ação gerou forte reação entre os feirantes, que afirmam estar sendo penalizados de forma injusta. O portal entrou em contato com a presidente da Associação de Feirantes de Formiga, Poliana Custódio, que lamentou o ocorrido. Segundo ela, a fiscalização já era esperada há meses e, por isso, deixou de participar da feira há cerca de três meses.
“Todos os feirantes que não estivessem de acordo com as exigências do SIM seriam fiscalizados, teriam produtos recolhidos e poderiam até ser multados”, relatou Poliana. Ela criticou o rigor das exigências, que segundo ela são maiores do que em qualquer outra cidade da região onde há feiras semelhantes.
A presidente afirmou que o excesso de normas está afastando os produtores e tornando financeiramente inviável a permanência deles na feira. “Essa feira é patrimônio cultural do município e está sendo destruída. As exigências vão desde a construção de cômodos separados para cada tipo de produto até equipamentos de refrigeração, mas a avenida onde a feira acontece não tem estrutura para comportar isso”, explicou.
Segundo relatos de feirantes presentes no local, a sensação é de abandono e falta de diálogo por parte do poder público. “A prefeitura está preferindo tirar a comida da mesa do povo a trabalhar com a gente por uma solução”, disse um dos produtores, que pediu para não ser identificado.
O portal está em contato com a Prefeitura de Formiga para obter esclarecimentos sobre a operação e se há previsão de novas ações ou diálogo com os feirantes.
A situação escancarou um impasse entre o cumprimento das normas sanitárias e a sobrevivência de pequenos produtores locais que veem na feira uma das poucas formas de garantir renda e manter a tradição do comércio direto com a população.
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