O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou, nessa sexta-feira (23), a desclassificação de mais três marcas de café por impurezas e fraudes que trazem risco à saúde dos consumidores. Os produtos impróprios para consumo, chamados de café fake, são: Oficial, de São Paulo, Melissa, do Paraná, e Pingo Preto, de Santa Catarina.
Segundo a pasta, a inspeção dos fiscais detectou irregularidades graves, como matérias estranhas e impurezas acima dos limites permitidos pela legislação, além de micotoxinas, que são substâncias tóxicas produzidas por fungos e representam risco à saúde. Além disso, o produto é descrito como “pó para preparo de bebida sabor café tradicional”.
O Diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC), Celírio Inácio, explica que o café fake é qualquer produto vendido como café, mas que, na verdade, é feito do resíduo da lavoura, que contém impurezas, como paus, palhas e cascas.
“Café é feito do grão de café. Fora isso, é impureza e resíduo. Já na sua forma de apresentação, mostra a clara intenção de enganar o consumidor. Esse produto desafia os órgãos competentes de fiscalização, desrespeita o produto e negligencia a isonomia do mercado. Um produto sem a segurança do alimento, sem a devida homologação, portanto, sem o compromisso que coloca em risco a saúde do consumidor.”
Ao longo do último ano, o Brasil classificou 35 marcas de café brasileiras como impróprias para o consumo após detectar amostras com impurezas ou materiais estranhos acima do limite permitido por lei.
O Ministério da Agricultura orienta que consumidores que tenham adquirido os produtos listados deixem de consumi-los imediatamente.
Para se proteger, o cliente deve ficar atento na hora da escolha para não ser enganado por marcas desconhecidas ou com preços mais baratos que a média, como ressalta Celírio: “E sobretudo, exigir cafés certificados que garantam pureza e qualidade. Sempre procure pelo selo de qualidade da ABIC nas embalagens”.
Em nota, a fabricante do Café Melissa informou que não induz o consumidor ao erro, pois o rótulo é claro quanto à finalidade e composição, e que o produto não é comercializado como “café torrado e moído”, além de não utilizar exclusivamente grãos de café, mas uma outra formulação que cumpre as normas da Anvisa.
Fonte: Agência Brasil
Discussão sobre isso post