Março de 2025 registrou as temperaturas mais altas de todos os tempos no planeta. De acordo com o Climatempo, foi o segundo mês mais quente em âmbito global, com temperatura se situando, pelo 20º mês entre os últimos 21, acima de 1,5ºC, patamar que é superior ao limite estabelecido pelo Acordo de Paris para conter os piores impactos das mudanças globais, conforme a Copernicus (C3S). No mês, a temperatura média da superfície do ar foi de 14,06ºC – 0,65ºC acima da média entre 1991 e 2020 e 1,60ºC mais alta que os níveis pré-industriais.
“Os dados sobre os níveis da temperatura em março reforçam o que a ciência tem alertado seguidamente, que os impactos das mudanças climáticas estão se intensificando rapidamente e criando situações extremas diferentes em cada região do planeta”, alerta Patricia Madeira, CEO da Climatempo.

Só na Europa, a temperatura média ficou 2,41ºC acima do patamar normal. O calor foi especialmente intenso no leste europeu e no sudoeste da Rússia. Ondas de calor acima da média também atingiram os Estados Unidos, o México, partes da Ásia e a Austrália. Regiões do Ártico, como o arquipélago canadense e a Baía de Baffin, também registraram temperaturas anormais.
“As variações acima da média normal por longos períodos, como têm ocorrido nos últimos anos, expressam os efeitos das mudanças climáticas, assim como a alteração na temperatura dos oceanos”, afirma a Patricia. Ela destaca ainda que a temperatura média dos oceanos em março de 2025 foi a segunda mais alta registrada para o mês, ficando em 20,96ºC, especialmente no Mar Mediterrâneo e no Atlântico Norte. “O cenário de calor anômalo contribui diretamente para a perda de gelo marinho, especialmente nas regiões polares”, ressalta.
No Ártico, a extensão do gelo foi 6% menor do que a média em março, o menor já registrado para o mês desde o início das medições por satélite, em 1979. Na Antártida, a cobertura de gelo ficou 24% abaixo da média, com reduções expressivas em quase todos os setores oceânicos da região.
COP 30
Frente às alterações climáticas, a CEO da Climatempo alerta que é importante que líderes dos setores público e privado defendam o enfrentamento da crise climática como “eixo central” de suas tomadas de decisão. Patricia destaca ainda que o momento é estratégico no Brasil, com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que terá como sede a cidade de Belém, no Pará.
“A realização do evento em território brasileiro representa uma oportunidade histórica para que o Brasil assuma um papel de protagonismo na agenda climática global, posicionando a justiça climática e a preservação dos biomas tropicais como eixos centrais das discussões e dos compromissos internacionais”, conclui a CEO da Climatempo.
Fonte: Itatiaia
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