Desde a realização da operação “Sons da Liberdade”, no dia 4 de abril, que prendeu um policial penal suspeito de pedofilia — tendo como vítima a própria filha — e cumpriu dois mandados de busca e apreensão (um na casa do suspeito e outro na residência de uma mulher), começou a circular em Formiga a informação equivocada de que teria ocorrido uma ação policial irregular em ambiente escolar.
Segundo os boatos, a mulher de 49 anos — uma professora da rede municipal de Educação — teria sido algemada dentro da escola, na frente dos alunos.

O início da circulação da informação falsa coincidiu com a divulgação de uma nota oficial da Prefeitura de Formiga, que, além de informar sobre o afastamento da profissional de 49 anos, repudiou o que teria sido uma ação equivocada da Polícia Militar, de cumprimento de mandado em ambiente escolar, alegando que o episódio provocou reações negativas nos alunos e profissionais.
Um trecho da nota diz:
“Manifestamos nosso profundo desagrado e consternação relativamente aos efeitos da ação policial na escola, o que causou sentimentos de pânico e de desolação, impactando e expondo crianças, adolescentes, professores e alunos a altos níveis de tensão, em ambiente destinado a educar e preparar crianças e adolescentes para a vida, em paz e em harmonia social. Esperamos prosseguir na gestão municipal com dedicação.”
Apuração
Após inúmeros questionamentos e afirmações equivocadas sobre a ação policial, o portal Informe Centro-Oeste apurou com pais, alunos e outros profissionais da unidade escolar e da segurança pública e com o Promotor de Justiça à frente do caso, Ângelo Ansanelli Júnior, que não houve qualquer tipo de excesso por parte dos policiais. De acordo com todos os relatos, a professora foi chamada na sala pela vice-diretora, sendo substituída por outra profissional (professora eventual), e saiu tranquilamente da unidade, sem que os alunos e profissionais tivessem ciência do que estava ocorrendo. Além disso, apenas estudantes de outra sala avistaram os militares, que os cumprimentaram.
A gravidade do caso só teria sido entendida após a imprensa da cidade passar a noticiar o fato, especialmente após coletiva de imprensa realizada na Delegacia Regional de Polícia Civil.
“Em relação a nota firmada pela prefeitura, tenho que informar que a entrada na escola quando da operação “Sons da Liberdade” foi feita de forma extremamente discreta e educada. Não houve qualquer tipo de truculência. Nós temos as filmagens que estão à disposição de quaisquer autoridades que queiram conferir como se deu a operação da Polícia Militar junto à escola”, informou o promotor.
A professora teria tomado conhecimento da motivação do mandado apenas a caminho de casa, sendo conduzida em veículo descaracterizado, já que não havia mandado de prisão em seu desfavor.
De fato, após a divulgação do caso, muitos pais de alunos da professora ou da escola foram até a unidade escolar em busca de informações e foram recebidos pela diretora que, em momento algum relatou qualquer excesso ou arbitrariedade por parte dos policiais que, mais cedo, estiveram no local.
Dessa forma, segundo a apuração feita pelo portal, a operação foi conduzida com discrição e respeito ao ambiente escolar, em contraste com as informações que erroneamente circulam pela cidade.
O que diz a prefeitura
Em entrevista ao Informe Notícias desta quarta-feira (16), o Prefeito de Formiga, Coronel Laércio Reis e a diretora da escola, Liliane Cunha, informaram que, na visão da administração, tudo o que foi posto na nota ocorreu, inclusive as pontuações de pânico e de desolação e exposição de alunos e profissionais da escola à altos níveis de tensão. Liliane discorreu sobre uma profissional que se disse abalada e foi para casa em seguida, não retornando no turno da tarde, por falta de condições emocionais. A diretora ainda informou, que na semana subsequente aos fatos, uma psicóloga da Secretaria de Educação, permaneceu na unidade escolar durante toda a semana para dar suporte a alunos e demais profissionais.
Questionados se o abalo emocional se deu pela presença policial ou pela gravidade dos fatos relacionados a uma profissional da escola, o prefeito insistiu que, na visão dele, apesar da conduta adequada da polícia, foi um equívoco irreparável cumprir a decisão judicial (mandado de busca e apreensão) em ambiente escolar e que, uma vez prefeito, ele sempre prezará pela segurança e bem estar do município e que é inarredável sua posição com respeito aos impactos/ resultados da ação policial na escola.
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