Está encerrado o processo de identificação das vítimas do trágico acidente entre um ônibus, uma carreta e um carro na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Com o término dos trabalhos, a Polícia Civil de Minas Gerais mudou o número de mortos na tragédia. No total, foram 39 óbitos, e não 41, como havia sido divulgado inicialmente.
Segundo a PCMG, a informação inicial de 41 corpos se deve ao fato de que 41 sacos cadavéricos deram entrada no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte no dia do acidente. Porém, após radiografias nos sacos, foi identificado que nem todos eles continham corpos inteiros. Em alguns havia apenas partes de corpos, que se soltaram com os impactos do acidente.
“Infelizmente nesse acidente houve muitas segmentações de corpos, e diversas partes precisaram ser colocadas em sacos separados, o que totalizou 41 sacos. Mas com o andamento dos trabalhos de identificação, chegamos ao número final de 39 vítimas”, esclarece o médico-legista Thales Bittencourt, superintendente da Polícia Tecnicocientífica da Polícia Civil de Minas Gerais.
A PCMG também revelou que o processo de identificação durou 21 dias, sendo que 13 identificações foram feitas por impressão digital, quatro ocorreram por odontologia legal (arcada dentária) e 22 corpos foram identificados por DNA.
As vítimas são dos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Paraíba. Dos 39 corpos, 37 já foram retirados. Ainda há dois no IML, e a família responsável por um deles já foi notificada sobre a conclusão da identificação.
Os parentes da última vítima ainda são procurados pela PCMG. As idades das vítimas variam entre 1 ano e 2 meses e 64 anos.
Investigação continua
Os trabalhos de investigação sobre a dinâmica do acidente ainda estão em andamento. Conforme a Polícia Civil de Minas Gerais, peças dos veículos envolvidos na tragédia estão em laboratórios, onde vão passar por análise de microscópio.
A instituição também informou que um scanner 3D será empregado para analisar a dinâmica do acidente. As imagens do local já foram coletadas para usar o equipamento, que, de acordo com o médico-legista Thales Bittencourt, praticamente reproduz a cena do acidente.
“O scanner reconstrói de uma forma tridimensional toda a cena do acidente e permite que em um segundo momento, as autoridades policiais e judiciárias entrem dentro da cena. Podemos mudar o ponto de vista, ir de um lado para outro, rodar. É como se estivéssemos revivendo aquela cena em tempo real”, detalha.
A PCMG também esclareceu que ainda não há avanços sobre a identificação de responsabilidade dos motoristas no acidente. Exames toxicológicos foram feitos em todos os envolvidos, inclusive nos condutores da carreta e do caminhão.
“Exames de teor alcoólico e toxicológico foram realizados em todas as vítimas. Todo esse material é encaminhado para o delegado. Em relação ao motorista da carreta, ele voluntariamente cedeu material biológico para exame e as análises já foram concluídas e remetidas à autoridade policial. No momento não podemos detalhar os resultados, sob pena de prejuízo da investigação”, declara Thales Bitrencourt.
Conforme a PCMG, não há prazo para a conclusão do inquérito.
Fonte: O Tempo