A Justiça do Trabalho determinou o pagamento de indenizações no valor total de R$ 50 mil ao trabalhador de uma siderúrgica que era chamado de ‘Calopsita Manca’. Ele, que tem deficiência em uma perna, desenvolveu ansiedade e depressão após os episódios de assédio.
O trabalhador contou que sofreu um acidente de moto em 2010, com fratura exposta grave da perna direita. Ele fez uma cirurgia, mas ficou com sequela.
“Eu recebi vários apelidos. Eu não aceito me ver como deficiente. Pra mim, eu era uma pessoa normal. Isso foi devido ao acidente, então era ‘Calopsita Manca’ e ‘Manquinha’; faziam gestos de como eu andava, simulavam sempre eu tropeçando, isso gerava riso para plateia deles”, disse no processo.
O profissional ainda relatou que teve um acompanhamento psicológico antes da última cirurgia.
“Eu comentava sobre o bullying com a psicóloga. E falei com a gerente, que conversou na empresa e assim pararam por um tempo. Mas depois continuaram. Eles criaram um grupo de WhatsApp e não perdiam uma oportunidade de me chamar de ‘Calopsita Manca’”.
A magistrada entendeu que, pelo menos em parte, a humilhação sofrida no trabalho contribuiu para o adoecimento do empregado. Para a julgadora, a empresa violou o dever de cuidado ao descumprir obrigação legal relacionada à segurança e à saúde do trabalhador.