Flávia Leão publicou seu primeiro romance, o livro “Vá embora, Mamãe!”, que terá seu lançamento celebrado no dia 13 de dezembro. A cerimônia será realizada no Salão Nobre “Eunézimo Lima” do Centro Universitário de Formiga e contará com a presença de amigos, familiares e o público em geral para prestigiar a obra.
O romance narra a história dos irmãos Francesca, Antônio e Vicente, integrantes de uma família franco-brasileira, que enfrentam uma série de desafios ao longo da vida. Cada personagem revela suas experiências no núcleo familiar e na convivência em sociedade, compartilhando alegrias, frustrações e a luta para superar traumas enquanto buscam motivos para serem felizes.
O título e o processo de criação
A autora revelou que o processo de escrita começou durante a pandemia e foi profundamente inspirado por vivências pessoais. O título original seria “Tudo acontece na Viela das Flores”, referência à rua onde os personagens moravam. Contudo, o prefaciador da obra, Túlio Rocha, apontou que a narrativa estava centrada na figura materna, levando Flávia a reavaliar sua abordagem.
“Depois que eu li, tive um acesso de choro muito grande e mudei o título para ‘Vá embora, Mamãe!’. E ‘Mamãe’, com a letra maiúscula, como se fosse um nome próprio. Porque essa mamãe sou eu, é a minha experiência pessoal de ter perdido um filho. É algo que nunca compartilhei com ninguém, uma experiência muito solitária. Eu estava grávida e, com dois meses de gestação, perdi o bebê”, relatou Flávia.
Dada sua condição de saúde, a autora explicou que passar pelo processo de gravidez seria complexo e envolveria altos riscos, logo optou por não ser mãe.
“‘Vá embora, Mamãe!’ é uma catarse minha. Eu nunca vou ouvir a palavra mãe e viver essa experiência muito solitária me fez criar esse título, que eu devo muito ao Túlio, porque ele trouxe isso a mim. Eu sinto como se fosse um presente e é uma libertação. Fez parte do meu processo terapêutico, fez parte do meu luto”, complementou.
Camadas da narrativa
Além de trazer uma história envolvente, Flávia inseriu elementos do realismo fantástico, um gênero que sempre a fascinou. A personagem Francesca, por exemplo, carrega uma marca de nascença que simboliza traumas geracionais. Segundo a autora, essa marca representa a repetição de padrões familiares e a dificuldade dos personagens em expressar emoções ou buscar ajuda.
“Externar isso não veio em formas de atitudes da Fran, mas nos frutos da pitangueira, que revelavam como ela estava se sentindo. Era uma família que, apesar de unida, não tinha diálogo”, destacou Flávia.
Inspirações e referências
Entre as influências literárias que ajudaram a moldar a obra, Flávia menciona autores como Gabriel García Márquez, Leslie Walton e V. E. Schwab. Inicialmente, ela pensou em escrever sobre uma personagem que tivesse asas, expressando sua paixão pelo realismo fantástico. A partir dessa ideia, foi desenvolvendo gradualmente o enredo e a profundidade de cada personagem.
Sobre a autora
Flávia Leão, atualmente com 39 anos, é advogada formada pela PUC-MG, especialista em Gestão Cultural e Direito Administrativo. Ela também estudou na Sorbonne, em Paris, onde cursou disciplinas relacionadas ao Direito Internacional e Comunitário.
Além disso, Flávia é bailarina, professora de danças e taróloga. Atualmente, atua com projetos culturais e em leis de incentivo à cultura, conciliando sua paixão pelas artes com suas atividades profissionais.