Nesta segunda-feira, 24 de novembro, a reunião ordinária da Câmara Municipal de Formiga foi marcada pela presença de mulheres vestidas de preto e cruzes com nomes das vítimas de feminicídio na cidade, em um ato simbólico para lembrar os cinco anos de entrada em vigor da Lei Milena Siqueira, em Formiga.
A proposta, de autoria da vereadora Joice Alvarenga, visa promover ações educativas nas escolas para conscientizar sobre a violência doméstica. A falta de realização ou de divulgação dessas ações próprias em lei foi uma das razões que motivaram o protesto.
A Lei Milena Siqueira
Instituída em 2019 por meio da Lei nº 5402, sancionada pelo prefeito Eugênio Vilela, a lei criou o Dia Municipal Milena Siqueira de Combate ao Feminicídio, celebrado em 25 de novembro. A data, que coincide com o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher da ONU, será lembrada oficialmente pela primeira vez este ano.
A iniciativa homenageia a fisioterapeuta Milena Siqueira, brutalmente assassinada em 10 de janeiro de 2019 por um ex-companheiro no bairro Recanto da Praia. O crime ganhou repercussão nacional, destacando a urgência de medidas de conscientização e combate à violência contra a mulher.
Sangrando Vozes: Formiguense participa de livro sobre violência contra a mulher
A formiguense Sara Lopes (fotógrafo) que também esteve presente na reunião ordinária do Legislativo, é uma das autoras do livro Sangrando Vozes, que reúne relatos de mulheres vítimas de violência de várias regiões do Estado. Lançado no último sábado (23), na sede do projeto Lugar de Paz em Formiga, a obra busca dar visibilidade à causa e validar as vozes dessas mulheres diante da sociedade e das autoridades.
Durante entrevista ao Informe Centro-Oeste, Sara destacou a importância do livro como ferramenta de transformação social e da iniciativa Lugar de Paz, que acolhe mulheres em situação de violência. Ela ressaltou que a obra é um apelo por justiça e respeito, além de incentivar mudanças reais para um futuro de dignidade.
Educação como ferramenta de transformação
A Lei Milena Siqueira determina a realização de ações educativas nas escolas e eventos públicos, disseminando informações sobre violência doméstica e feminicídio. O objetivo é conscientizar a sociedade e orientar mulheres sobre os meios de defesa antes que atentados fatais ocorram.
Porém, um dos motivos do luto das mulheres que estiveram presentes na reunião do Legislativo é a não colocação em prática da lei.
Apesar das dificuldades, a luta contra o feminicídio em Formiga segue ativa, com iniciativas que buscam transformar a realidade local e honrar a memória das vítimas, reafirmando o compromisso com a justiça e a igualdade.