O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o mundo “está pior” do que quando ele deixou o Palácio do Planalto pela primeira vez, no final de 2010, devido à quantidade de pessoas que passam fome e às desigualdades sociais.
Nesta segunda-feira (18), ele fez o discurso de abertura da Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro. O grupo reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, União Africana e nações convidadas pelo governo brasileiro.
“Temos o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada. […] As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas. O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza”, disse.
Lula citou que hoje, há 733 milhões de pessoas subnutridas em um mundo cujos gastos militares chegam a US$ 2,4 trilhões. “Isso é inaceitável”, completou, também fazendo menção à crise climática.
O petista ainda apontou que o objetivo central da Cúpula é o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, idealizado pela presidência brasileira da entidade.“Este será o nosso maior legado. Não se trata apenas de fazer justiça. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz”, afirmou.O presidente também citou programas sociais como o Bolsa Família como exemplo de que “é possível fazer” e disse que o Brasil deve sair do mapa da fome, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, até o fim de seu mandato. Também fez críticas indiretas ao governo Jair Bolsonaro.
“Conseguimos sair do Mapa da Fome da FAO em 2014, para o qual voltamos em 2022, em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social. Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. Em um ano e onze meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24, 5 milhões de pessoas da extrema pobreza”.Já assinaram a criação da Aliança 81 países, 26 organizações internacionais, 9 instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não-governamentais.
Fonte: O Tempo